Os pacotes de tráfego ilimitado para aplicativos como WhatsApp podem estar com os dias contados, segundo fontes do setor de telecomunicações. Algumas empresas, como a Claro e a TIM, oferecem acesso ilimitado a aplicativos específicos, mas esse modelo está sendo questionado devido ao investimento necessário na expansão da rede.

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A União Europeia está discutindo a possibilidade de obrigar empresas de aplicativos, como Facebook e Netflix, a dividirem os custos de investimentos em rede com as companhias de telecomunicações. No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também está analisando a divisão de investimentos entre esses setores.

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Houve denúncias no passado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de que o “zero rating” (acesso gratuito a certos aplicativos) feria a neutralidade de rede, mas a prática foi considerada válida pelas autoridades.

Atualmente, as empresas brasileiras oferecem acesso ilimitado a aplicativos como WhatsApp, Twitter e Instagram em alguns de seus planos. A mudança para limitar esse acesso está sendo gradual, com a expectativa de que ocorra primeiro nos planos pós-pagos e controle, e em seguida, nos planos pré-pagos.

Algumas operadoras estão reforçando o discurso de que as empresas de internet devem compartilhar os custos de investimento nas redes. Eliminar o acesso gratuito seria uma forma de fazer com que as grandes empresas de tecnologia contribuam financeiramente para o desenvolvimento da infraestrutura de telecomunicações.

O acesso ilimitado ajudou a popularizar o uso de dados e a migração de clientes para planos pós-pagos, mas também gerou debates sobre quem deve arcar com os custos desse modelo. Com a introdução do 5G, é possível que as operadoras comecem a oferecer planos pós-pagos mais segmentados, com diferenciação na velocidade e quantidade de tráfego, inclusive limitando o uso de apps como o WhatsApp.

Nenhuma operadora quis se manifestar sobre o assunto.

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