As formas de assistir aos canais de televisão, como Globo, Record, SBT, Band e RedeTV!, sofrerão uma revolução significativa a partir de 2025, com a introdução de tecnologias avançadas, incluindo imagens em 4K e 8K, som HDR e a eliminação da numeração de canais tradicional.
Essa transformação acontecerá com a implementação do novo sistema de TV digital 3.0, que permitirá a transmissão das emissoras por meio de aplicativos integrados à internet. Por exemplo, a nova TV digital possibilitará que os espectadores votem no BBB ou comprem roupas usadas por atrizes de novelas diretamente pelo controle remoto.
A TV aberta será gerenciada por aplicativos, permitindo que o público misture conteúdos e serviços disponíveis na internet fornecidos pelos canais. Além disso, será possível rever programas ou retroceder jogadas em uma partida de futebol, semelhante ao que já ocorre na TV paga.

O Ministério das Comunicações (MCom) criou um grupo de trabalho para regulamentar a TV 3.0, e a previsão é que a proposta seja concluída até o final do próximo ano, a fim de ser implementada no Brasil em 2025.
Entre as mudanças proporcionadas pela TV 3.0 no Brasil estão a melhoria na resolução das imagens para 4K e 8K, a adoção do HDR para cores mais vívidas e maior contraste, áudio imersivo (conhecido como áudio 3D), oferta de vídeos on demand e a inserção de propagandas regionais com base no CEP do televisor.
Especialistas do setor apontam que a nova TV digital pode acelerar a mudança no negócio de televisão, permitindo ações publicitárias regionais semelhantes ao modelo do Google Adsense. Isso levanta questionamentos sobre a necessidade de escritórios de afiliadas se tudo será vendido digitalmente.
A Globo e o SBT foram as únicas redes de televisão que se manifestaram sobre as expectativas em torno do novo sistema. O diretor de Tecnologia e Estratégia da Globo, Raymundo Barros, enfatizou as inovações tecnológicas da TV 3.0 e as mudanças comerciais que ela proporcionará. Já Carlos Cauvilla, diretor de Tecnologia e Operações do SBT, mencionou a junção dos mundos Broadcast e Broadband que a TV 3.0 representará, oferecendo conteúdo e publicidade direcionados ao telespectador.
A chegada da TV 3.0 também traz a perspectiva de debates sobre mudanças na medição de audiência, pois permitirá a publicidade direcionada e a regionalização de conteúdo, além de gerar novos dados relacionados ao consumo dos canais. Isso pode impactar a maneira como a audiência é medida no Brasil e requer discussões sérias por parte do mercado.