Tornado no Paraná reflete aumento das temperaturas, alertam especialistas | Cidades e Soluções

Às vésperas da COP30, em uma edição especial, ao vivo, direto de Belém do Pará, o “Cidades e Soluções” deste sábado (8) recebeu o engenheiro florestal e coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, o climatologista Carlos Nobre e a ecóloga e cientista da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Joice Ferreira.

Eles debateram os principais pontos da conferência e comentaram os efeitos do tornado que provocou destruição e mortes no Paraná nesta sexta-feira (7). O evento climático – que pode estar entre os mais fortes já registrados no Brasil – aumentou a pressão sobre a COP30.

“Não há menor dúvida de que existe uma total conectividade. Essa COP30 tem que ser muito importante, tem que ser a mais importante. Se nós não conseguirmos, rapidamente, reduzir as emissões e a temperatura passar de 1,5 grau, todos os fenômenos meteorológicos vão acontecer com mais frequência, inclusive os extremos, como esse tornado (…). Nós temos que estar preparados’, diz Carlos Nobre.

Joice Ferreira destacou um estudo recente que identificou o registro de temperaturas máximas do centro do Amazonas até a região de Roraima. “O que a gente comentava até agora era sobre temperaturas médias, um aumento de mais ou menos 1 grau e, principalmente, no arco do desmatamento. Então, foi uma grande surpresa ver, nas últimas décadas, as temperaturas extremas de 3,3 graus justamente nas áreas mais florestadas. Ou seja, não é uma conexão com a destruição e o desmatamento, mas com as mudanças climáticas globais’, apontou a ecóloga.

Segundo Tasso Azevedo, na Amazônia a temperatura média já subiu 1,5 grau há cerca de três anos. “As nossas ações são, principalmente, do nosso interesse, porque já estamos sofrendo os impactos – no Brasil – de forma mais agressiva do que no resto do mundo”, ressaltou.

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