Em entrevista a Roberto D’Ávila, o poeta, crítico e acadêmico Antônio Carlos Secchin falou sobre os renomados autores da língua portuguesa e destacou a grandeza das obras de Fernando Pessoa, João Cabral de Melo Neto e Carlos Drummond de Andrade.
“Pessoa é um monumento da língua portuguesa. E eu acho que um monumento tem vantagem e um obstáculo. A vantagem é mostrar a potência da língua muito além daquilo que o uso cotidiano permite. Vejam a que ponto a língua portuguesa pode chegar nas mãos e na cabeça de um Pessoa, de um Drummond, de um Cabral. Mas há um problema para os pobres poetas que os sucedem: vendo essa montanha erguida, há um desânimo. A competição tem um sarrafo lá em cima, e, se você quiser entrar nessa competição, vai cair do sarrafo ou vai produzir uma subpoesia na imitação daquela montanha, vai fazer um montezinho, um morro. A única solução para o poeta pós-Pessoa, pós-Drummond, é reconhecer que aquele patamar não é dele e criar a sua própria montanha, que pode ser baixa, mas é dele. Eu acho que toda a luta do poeta é para conseguir uma voz própria”, diz Secchin.
Secchin também relembrou seu primeiro contato com a poesia: “Nosso manual de português só tinha Olavo Bilac, Gonçalves Dias, Castro Alves. São grandes poetas, mas passavam uma imagem engessada da poesia. Quando, por conta própria, frequentando a biblioteca popular de Copacabana, eu descobri Drummond e outros poetas, o mundo se abriu para mim. Eu percebi que fazer poesia, ou ler poesia, não era só atravessar esses territórios, às vezes pedagógicos demais ou normativos, que a escola tentava impor. Para mim, foi uma libertação”, disse o poeta.
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