O antropólogo Michel Alcoforado passou 15 anos pesquisando a vida dos super-ricos do país e diz que o racismo não muda de endereço: está presente tanto nas mansões quanto nas ruas.
Conhecido como o “antropólogo do luxo”, Alcoforado afirma que o Brasil construiu muros altos para separar as classes sociais e que a distância entre ricos e pobres vai “até no cheiro, não só no dinheiro”.
No livro “Coisa de Rico – A Vida dos Endinheirados Brasileiros” (Todavia), que já vendeu mais de 37 mil exemplares, ele mostra como a elite brasileira associa riqueza à conquista e naturaliza o próprio poder.
Para ele, o fato de não haver negros entre os super-ricos é um retrato do racismo estrutural do país.
“Tive muito cuidado de não levar esse tema para o livro, porque seria uma desculpa para apontarem para o livro e dizer: ‘Olha como os ricos são racistas’, quando a sociedade brasileira inteira é”, conta.
Confira no vídeo.
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