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Era o fim dos anos 90. O Brasil ainda vivia em ritmo analógico. As ruas estavam cheias de orelhões, as TVs de tubo reinavam nas salas e os telefones, com fio, eram parte do mobiliário doméstico. Os computadores, raros e caros, ocupavam mesas inteiras. Eram máquinas barulhentas, de monitores curvos e gabinetes bege. A tecnologia era limitada. As revistas prometiam a chegada da “era digital”. As lojas de informática exibiam, nas vitrines, os primeiros modems e impressoras.
Mas, para a maioria, tudo isso parecia distante e inacessível. Conectar-se à internet era um luxo. Cada minuto online era cobrado como uma ligação telefônica. O som do modem discando se tornava parte da rotina de quem podia pagar. Porém, aquele futuro ainda era privilégio de poucos. A internet era lenta, cara e restrita. Todos queriam conhecer o “mundo online”, mas o acesso era controlado. Foi nesse contexto, em um país desconectado, desigual e ainda analógico, que um grupo de visionários decidiu desafiar o impossível.
Eles acreditavam que a internet tinha que ser um produto de todos. E, em janeiro de 2000, eles criaram algo que mudaria o destino digital do país: o iG (Internet Group do Brasil). Em um país em que cada segundo online custava dinheiro, o iG oferecia liberdade. Bastava instalar o discador e clicar em “conectar”.
De repente, o inacessível se tornou cotidiano. Famílias inteiras passaram a descobrir o que era navegar. Jovens criavam suas primeiras páginas pessoais. As lan houses se multiplicavam pelas cidades. A palavra “login” entrava no vocabulário popular. O Brasil começava a se conectar e o iG estava no centro dessa revolução silenciosa. O impacto foi imediato. O nome “iG” estampava outdoors, comerciais de TV, jornais e revistas. O cachorro branco, mascote da marca, se tornava um ícone. E milhões de CDs de instalação eram distribuídos por todo o país. Pela primeira vez, a internet deixava de ser um privilégio e se tornava parte da vida de todos.
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02:22 A Revolução da Internet Grátis
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17:24 O Declínio e o Legado do iG
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