Selfies com dinheiro viram prova de propina em ação contra governador do TO | Carlos Madeiro 
Nelson Freitas Barbosa vive um dilema inusitado: precisa provar que está vivo. Apesar de estar saudável, descobriu que consta como morto nos registros da Receita Federal quando tentou se aposentar. O documento aponta falecimento no Rio Grande do Sul, estado em que ele nunca esteve, com causa atribuída a insuficiência respiratória aguda. Nelson acredita que o erro começou após perder sua carteira com documentos em São Paulo há 15 anos, quando não conseguiu registrar boletim de ocorrência.
Para reverter a situação, sua sobrinha Eliana entrou em contato com o cartório responsável, mas a exclusão do registro só pode ser feita por ordem judicial. A família recorreu à Defensoria Pública há dois meses e ainda aguarda resposta. Enquanto isso, Nelson enfrenta dificuldades para trabalhar, abrir contas ou até cadastrar um chip telefônico.
Um advogado ouvido destaca a importância de registrar boletim de ocorrência em casos de perda de documentos e aponta possíveis responsabilidades civis e criminais do cartório se for comprovada falha de fiscalização. O cartório, por sua vez, afirma ter seguido todos os procedimentos legais com base no atestado médico apresentado.
À espera de uma decisão que corrija o erro junto ao INSS, Nelson desabafa: “Estou parado faz tempo porque ninguém resolve nada”. O impasse o impede de acessar sua aposentadoria e expõe os efeitos de um erro burocrático que já dura anos.
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