Uma semana depois da passagem de três tornados que deixaram sete mortos e um rastro de destruição em três cidades do interior do Paraná, o #EspecialdeDomingo mostrou, no último domingo (16), os esforços da região para se reerguer em meio à dor e à incerteza.

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Segundo o sistema de tecnologia e monitoramento ambiental do Paraná, no dia 7 de novembro, foram registrados tornados em Rio Bonito do Iguaçu, Guarapuava e Turvo. Em Rio Bonito do Iguaçu, cidade de 14 mil habitantes, o tornado se formou dentro de uma supercélula – o tipo mais severo de tempestade – e percorreu cerca de 40 quilômetros deixando um rastro de destruição.

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A professora Eloisa Locatelli, moradora da cidade, recorda os momentos de angústia que viveu durante a passagem do tornado. Ela estava acompanhada de Julia Kwapis, de 14 anos, uma das vítimas em Rio Bonito. Segundo Eloisa, fazia muito calor e elas estavam na casa de um amigo quando começou a chover. Decidiram ir embora, mas foram surpreendidas pela força do vento no caminho: “Lembro que ela se abraçou em mim e gritou ‘socorro’”, disse Eloisa. A professora sofreu ferimentos por todo o corpo – “bastante corte, não sei como não quebrou nada”.

“A gente se sente sem rumo, sem ter para onde ir, sem saber o que fazer. Eu recebi uma segunda chance. Ainda não me vem à cabeça o que será do futuro do Rio Bonito. A gente pensa nas pessoas, em quem sobreviveu. Será que estão comendo? Será que estão dormindo? E as crianças? E os meus alunos? O que me vem à cabeça são as pessoas, porque material, a gente sabe que a cidade reconstrói”, lamentou.

O médico Róger Gastón atuou no atendimento às vítimas e afirmou que a situação parecia um cenário de guerra. Segundo ele, a demanda foi tão grande que alguns pacientes precisaram aguardar nos corredores, em macas improvisadas. “Teve muito politrauma, cortes, laceração, traumatismo craniano”.

Miriam Lima de Freitas foi a última paciente a deixar a UTI. Ela quebrou a perna em dois lugares depois de ficar presa pela queda de um pilar. “Só de estar com vida, foi um milagre”.

Em Rio Bonito do Iguaçu, uma força-tarefa une governo e voluntários para reconstruir a cidade. Segundo moradores, o movimento de solidariedade traz esperança para o futuro. “A gente começa a ver um sonho que foi embora, que o vento levou, sendo reconstruído, sendo levantado de novo. A gente precisa de ajuda, faltam doações ainda, para a gente terminar. A gente sabe que vai ser difícil, mas tendo a casinha da gente, temos mais esperança”.

Para a geóloga Maristela da Costa Leite, esse tornado acontece em um momento emblemático da COP30 e provoca uma reflexão sobre o modelo de sociedade em que vivemos, diante de tantos eventos climáticos extremos. “Há uma necessidade de o Estado brasileiro olhar para essas situações e ter um plano emergencial que possa socorrer de forma mais imediata, mas também mudar o modelo de sociedade”, afirmou.

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Renan Yan Editor Chefe
Observador atento do que move o mundo, Renan Yan acompanha de perto os principais fatos do Brasil e do mundo. Com olhar crítico e interesse por política, notícias policiais, economia, esportes e tecnologia, busca sempre estar por dentro dos acontecimentos que realmente importam. Informar, refletir e debater são parte do seu dia a dia.
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