“Aqui [no Brasil] a gente gosta de rico. Gostamos de saber dos ricos porque, de algum modo, todo mundo imagina que em algum momento ficará rico, uma crença ilusória sobre o processo de mobilidade da sociedade brasileira”. É assim que o antrópologo Michel Alcoforado explica o fascínio que muitos brasileiros têm sobre o mundo dos milionários.
Alcoforado, doutor pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e fundador da consultoria Consumoteca, ganhou o apelido de “antropólogo do luxo” ao investigar o impacto do consumo na vida dos brasileiros.
Ele defende que a régua da renda ou do patrimônio não basta para entender quem é rico no Brasil. Para o antropólogo, a riqueza no país é uma questão de performance e domínio de códigos.
Em sua pesquisa, ele ressalta que, ao contrário dos EUA, onde a ideia de riqueza está ligada à construção de um império, a elite brasileira a associa à conquista, naturalizando a própria posição de poder.
O resultado é o livro Coisa de Rico: A Vida dos Endinheirados Brasileiros (Todavia), que em dois meses de sua publicação já vendeu mais de 37 mil exemplares e está na sétima tiragem — a primeira esgotada antes mesmo do lançamento.
Confira a entrevista da nossa repórter Rute Pina com o pesquisador.
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