“Eu só quero tirar meu filho daqui e enterrar”
Pelo menos 119 pessoas morreram e 113 foram presas nesta terça-feira (28/10), segundo os números oficiais, durante uma megaoperação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra a facção Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense.
Desde a madrugada, moradores do Complexo da Penha levaram pelo menos 55 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da região.
Entre os mortos, estão quatro policiais, segundo informações da Polícia Civil. Todos os demais – 115 pessoas – seriam “narcoterroristas”, segundo o delegado Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do Rio.
O delegado também afirmou que a Polícia Civil está instaurando inquérito para investigar moradores por fraude processual, pois, segundo ele, teriam tirado a roupa de alguns dos corpos que foram levados à Praça São Lucas.
“Eles estavam na mata, nós temos imagens deles todos paramentados, com roupas camufladas, com colete balístico, portando essas armas de guerra. Aí apareceram vários deles só de cuecas ou só de shorts, descalços, sem nada. Parece que eles entraram num portal e trocaram de roupa”, afirmou Curi em entrevista coletiva.
Taua Brito, mãe de um dos mortos durante a operação, disse que “só quer tirar o filho daqui e enterrar”. “Aqui tem um monte de gente chorando, mas lá fora tem um monte de gente aplaudindo isso aí que eles fizeram. Isso aí foi uma chacina.”
Movimentos de direitos humanos classificam a operação como chacina e questionam sua eficácia como política de segurança. O grande número de vítimas também foi criticado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que se disse “horrorizado” com a operação nas favelas.
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