A agricultora Maria Luiza Rosa de Freitas fala sobre os desafios de viver em Afuá, cidade paraense na Ilha do Marajó onde a luz elétrica ainda não faz parte da realidade.
“Aqui ninguém não tem. Geladeira, freezer, essas coisas… A gente não tem”, conta ela. Ao ser questionada sobre como faz para conservar os alimentos, Maria Luiza responde:
“Como assim? Para guardar as coisas? A gente salga com sal. A gente compra sal, salga e poder ficar comendo até terminar. Não tem geladeira para guardar… Dura o máximo é oito dias”, explica, mostrando os alimentos em um recipiente.
Quando chega a hora do almoço, as crianças voltam da escola em pequenas embarcações chamadas catraias. Elas seguem por passarelas de madeira, as palafitas, que ligam as casas, em ruas que Maria Luiza sonha ver um dia construídas em alvenaria.
A estudante Helene Rosa Viana também fala sobre as dificuldades do dia a dia. Ela leva uma hora para chegar à escola e conta que muitas vezes o lanche é insuficiente.
“O lanche às vezes só é mingau, bolacha… só isso. É difícil ter mais coisa. A gente fica com fome porque só é um pouquinho, só é duas bolachas e um pouquinho de suco.”
Os depoimentos fazem parte da série Amazônidas, que mostra os dilemas atuais de quem vive na Amazônia. Os episódios serão exibidos na programação especial da GloboNews durante a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, no #ConexãoGloboNews e no #J10.
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