Rios secos, animais agonizando, cidades em emergência. O Amazonas enfrenta uma crise sem precedentes

O Amazonas está enfrentando uma tragédia ambiental de proporções alarmantes, com 15 cidades em situação de emergência e uma devastação sem precedentes na vida aquática da região. Peixes, botos e outros animais estão morrendo em números chocantes, enquanto a população local sofre com a escassez de alimentos e a falta de acesso à água potável.

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Os casos de morte de animais têm se espalhado por lagos e igarapés de cidades próximas a Manaus, como Iranduba, onde centenas de peixes pereceram. Moradores locais afirmam que a construção de um ramal sobre o igarapé agravou a situação, dificultando o acesso dos peixes ao rio e resultando na morte de dezenas deles. Vídeos impactantes feitos por um morador mostram os animais lutando pela vida na superfície.

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Na cidade de Tefé, a morte de um peixe-boi foi apenas o começo. Logo em seguida, botos começaram a aparecer encalhados nos bancos de areia formados pela seca. Até o momento, mais de 20 botos foram encontrados mortos ao longo do Lago de Tefé.

A tragédia se estendeu a Manacapuru, onde várias espécies de peixes foram encontradas mortas no Lago do Piranha. A água, agora contaminada pelos animais em decomposição, tornou-se imprópria para consumo, afetando gravemente a comunidade local.

O especialista explicou que a diminuição da coluna d’água devido à seca altera a química da água, contribuindo para a morte dos animais. O intenso período de incidência solar na região nesta época do ano também desempenha um papel importante nesse cenário.

A seca também acelerou a estiagem em todo o estado, levando ao esvaziamento de cursos d’água, como o Rio Negro, que em Novo Airão está seis metros abaixo da cota registrada no ano passado.

A situação é especialmente grave nas calhas do Alto Solimões e Baixo Amazonas. Das 62 cidades que compõem o estado, apenas duas estão fora da lista dos locais afetados: Apuí e Presidente Figueiredo. De acordo com a Defesa Civil do Estado, 15 cidades estão em situação de emergência, 5 estão em atenção e 40 em alerta, afetando aproximadamente 111.058 pessoas.

Com base nas estiagens de 2005 e 2010, a Defesa Civil estadual estima que até dezembro deste ano, cerca de 500 mil pessoas possam ser afetadas no Amazonas, incluindo desalojados, desabrigados, doentes e até vítimas fatais da seca. A situação é crítica e requer atenção imediata.

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