Miriam Leitão entrevistou, nesta quarta-feira (12), a economista Laura Carvalho, diretora de Prosperidade Econômica e Climática da Open Society e professora da USP, e o economista Carlos Eduardo Young, professor titular do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Os dois fizeram um balanço dos primeiros dias da COP30, destacando a participação dos países e a relevância dos debates promovidos.
“Há 20 anos ainda existia gente argumentando que não havia evidências de mudanças climáticas. Hoje, a cada mês, o noticiário traz um grande ciclone, tufão, tempestade, seca ou incêndio, que comprova o que estamos falando. A mensagem principal é que a inação vai custar muito mais. Felizmente, um grupo de líderes, ainda que de forma contraditória, assume esse discurso. É importante que o Brasil mantenha a defesa descarbonização e a crítica ao petróleo, ainda que seja contraditório com algumas ações, porque essa mensagem, é a mensagem que vamos levar daqui para a frente. Infelizmente, a mudança climática vai ocorrer independentemente do que seja definido pelas assembleias. Então, nesse sentido, o que seria um sucesso da COP? Em primeiro lugar, a divulgação, a cobertura que as imprensas estão fazendo e a conscientização, isso já é um avanço”, disse Carlos Eduardo.
Laura Carvalho comentou que a ausência americana foi sentida, mas acabou mitigada. Segundo a economista, o fato de os Estados Unidos não comparecerem abre janelas de oportunidade para negociação que estão sendo aproveitadas pelo Brasil. Ela citou como exemplo, a Conferência pelo Desenvolvimento, realizada em Sevilha, na Espanha, que também não contou com a presença norte-americana e discutiu a taxação dos super-ricos. “É importante entender que, às vezes a ausência dos Estados Unidos dá margem para que uma outra coalizão de país desenvolvidos e em desenvolvimento se forme para ações concretas”, afirmou.
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