Nesta terça-feira (11), Roberto D’Ávila conversou com o cientista e professor Silvio Meira, um dos criadores do Porto Digital, no Recife. Ele falou sobre o seu novo livro “A próxima democracia”, lançado em parceria com a jornalista e cientista política, Rosário Pompéia.

Anúncio

A obra aponta caminhos para refundar a democracia no mundo contemporâneo, em um mundo que é, ao mesmo tempo, físico e digital. Durante a conversa, Silvio citou a campanha de Zohran Mamdani à prefeitura de Nova Iorque como um exemplo de transformação do modo de fazer política. O cientista também defendeu a importância de os cidadãos irem às ruas. “O digital e o social têm um potencial muito grande de sinalização, mas para terem efeito real na prática democrática, e nas mudanças socioeconômicas, eles têm que sair do online para o offline. É a rua que cria a pressão efetiva, é a mobilização dos corpos. Veja aquela PEC, que o povo conseguiu reverter na rua: se não tivéssemos tido pessoas na rua naquele domingo, muito provavelmente aquela PEC teria passado, porque ela passou por larga margem na Câmara. Ao Senado foi chamada a responsabilidade, e ele arquivou por unanimidade”, afirmou.

Anúncio

“A cidadania não pode ficar muda, nem o tempo todo online. O verdadeiro efeito que faz com que todo mundo pense que alguma coisa precisa ser feita são as pessoas se disporem fisicamente a fazer um esforço de ir para a rua. Foi isso que aconteceu no No Kings, nos Estados Unidos, movimento dos Indivisibles. Isso criou uma pressão diferente na sociedade americana – a campanha de Nova Iorque mostrou isso também. Pessoas nas ruas, a rua continua sendo importantíssima, porque o espaço é ‘figital’, e a nossa expressão gregária dos corpos nas ruas faz uma diferença imensa”.

Silvio abordou ainda os impactos das bolhas digitais no debate político. “Antigamente todo mundo ia para a rua; nós não acabamos com a ditadura militar no Brasil a partir de casa. Antigamente não tinha rede. Não adianta a gente se manifestar única e somente nas redes. Uma coisa que a gente perdeu no Brasil, foi a educação política, a educação midiática, o entendimento de como somos conduzidos para currais digitais e sociais de opinião. É a formação que nos deixa entender o que são bolhas de filtro, como somos conduzidos a pensar de uma forma fechada e normativa, que exclui todas as outras narrativas. Quando a gente exclui todas as outras narrativas e passa a ter uma só, a gente literalmente se exclui do mundo. E o mundo, quando funciona bem, é um conjunto de narrativas. Ele é uma polifonia: todo mundo fala. A gente se separa pelas coisas menores, mas tem que se unir pelas coisas maiores”, ressaltou.

➡️ Acesse o Globoplay e confira a entrevista na íntegra.

➡️ Se inscreva no nosso canal e ative o sino 🔔 para saber tudo que está rolando: http://glo.bo/4lQEsCL

#GloboNews #Jornalismo #Democracia #SilvioMeira #Bolha #Informação

Compartilhar:
Anúncio
author avatar
Renan Yan Editor Chefe
Observador atento do que move o mundo, Renan Yan acompanha de perto os principais fatos do Brasil e do mundo. Com olhar crítico e interesse por política, notícias policiais, economia, esportes e tecnologia, busca sempre estar por dentro dos acontecimentos que realmente importam. Informar, refletir e debater são parte do seu dia a dia.
  • Tags: , , , ,